Pensar nem sempre é estar doente dos olhos

O maravilhoso heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, diz em um dos poemas que amamos que " pensar é estar doente dos olhos", porque ele quer que seus leitores se ponham a sentir o mundo. Mas, como hoje poucas pessoas fazem qualquer uma das duas coisas ( pensar e sentir), permitimo-nos dizer que sentir é fundamental, mas pensar também. Exercite essas duas capacidades: leia mais, viaje mais, converse mais com gente interessante, gaste seu tempo discutindo ideias e não pessoas.

domingo, 31 de outubro de 2010

Agora é oficial!

Bem, sempre pensei como seria ter uma mulher presidente, só não esperava que fosse assim. Mas como não sou de desejar minha própria desgraça, espero que ela realmente faça algo e não apenas discursos. Agora é pra valer, vamos ver do que ela e seus comparsas são capazes. Tomara que invistam em educação pública de qualidade, pois isso não foi feito nesses últimos 8 anos. Quero menos escândalos no ENEM e discurso sobre as faculdades e mais ação. O problema é que povo educado vota melhor. Eles querem isso?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eleições no Halloween


Hoje tive um insight! Acho que entendi porque o segundo turno foi marcado para o dia 31/10. Presumo que o PT imaginou: se houver segundo turno, pelo menos o Dia das Bruxas pode favorecer nossa candidata, afinal as irmãzinhas dela poderão contribuir como cabos eleitorais na boca de urna, assombrando os eleitores do Serra. Uhauhauha!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um imbecil incomoda muita gente, dois imbecis...


Acho que nós merecemos mesmo! Um país  de gente que enxerga só o que quer tem mesmo de dar continuidade a um governo corrupto "como nunca se viu antes na história desse país". O mais triste e inconsolável  é ver tantas cabeças intelectuais apoiando essa temeridade.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 - Uma obra imperdível

Por favor, quem ainda não viu o Tropa de Elite 2, veja. O filme 1 era ótimo, mas o 2 me pareceu ainda melhor, caso raro no cinema no que diz respeito a continuações. Na verdade, como disse o Fabiano, o Tropa 1 era um filme de ação, o 2 é um filme de ideia. É claro que o primeiro fez muita gente pensar sobre o BOPE e suas ações, mas a adrenalina dos procedimentos do Capitão Nascimento e sua tropa era o que regia o filme. Na continuação os roteiristas foram ainda mais brilhantes ao retratar o universo sórdido por trás da segurança pública e de suas alianças com a política. Sinceramente, para mim é um  documetário disfarçado de ficção: o retrato da corrupção política, dos bastidres das negociatas com as milícias, da cretinice de políticos que tirem proveito de figuras com veradeiros ideais (  embora muitos não concordem com os métodos dele, o perosnagem age por convicção, ainda que seja violento) como Coronel Nascimento ( nesse filme ele está mais velho e é  coronel). Graças a Deus o público brasileiro está correspondendo a altura e lotando as salas de cinema. Só é uma pena que o filme não tenha sido lançado antes do primeiro turno das eleições, acho que se isso tivesse acontecido muita gente teria repensado seu voto em deputados e senadores. Quanto às atuações, dispensam comentários: Wagner Moura continua brilhante como sempre, Andre Mattos está impagável no papel do deputado, enfim o elenco todo é magnífico, não  há atuações distoantes, a produção toda é um primor.

sábado, 9 de outubro de 2010

Um bom texto de uma aluna

Uma aluna minha, figura muito inteligente e também bastante resguardada, me mostrou o texto a seguir. Gostei muito da construção e pedi a ela que me permitisse publicá-lo aqui. Eis o texto, resguardado o anonimato da autora, conforme ela me pediu. Aproveitem!

Passei um fio imaginário, costurando as duas metades do corpo onde podia sentir as costelas. Já tinha esfarelado os ossos da mão direita contra a parede novamente, num relâmpago lúcido e ardido. E a dor vinha. Tirei a camiseta que vestia para, num abraço, rasgar o corpo todo com as unhas. Da coluna até os seios, eu ia desenhando estradas avermelhadas, rabiscando o braço. Só me deixei em paz quando as unhas já não aguentavam se dobrar a carne macia e mal-tratada. Mas queria a dor. Queria a dor para me sentir menos miserável, menos ridícula. Com uma caneta preta escrevi "dor" nas costelas esquerdas. A tinta falhava, entao risquei só com a pressao da ponta. As letras saltaram em relevo, concretas enfim em alguma parte de mim. Aí achei um lápis para continuar escrevendo o que sentia ali, intervalos de razão bem conduzidos. Recoloquei a camiseta preta e fui buscar algo para passar nas feridas enquanto forjava uma cara de normal para caminhar pela sala sem ser notada. Álcool. Despejei, apagando a mal-feita palavra e sentindo o líquido queimando as paralelas dos braços. Quando percebi que doía mais isso do que espalhar pelo corpo, encharquei as mãos e deixei que o ar gelado após a evaporação me desse um prazer ilhado nesses momentos. E me descobri novamente sem blusa e, sentada no chão do quarto, puxei o cobertor para me cobrir do frio que chegava. Nada no quarto justificava aquela garrafa de álcool ali. Nada no dia justificava essa tristeza. Tudo havia corrido bem e, mesmo assim, terminava rompendo as cordas da sanidade. Ainda não aprendi a desenhar diários e confissões sem ter destinatário, um grito de socorro que seja. Dei voltas e mais voltas na agenda do celular para ligar para alguém, dizer que as coisas não estavam legais, mas os nomes que eu via não atenderiam. Não entenderiam. As pessoas vêm e vão, vêm em vão. Mas meu otimismo de armário, infantil, não me deixa em paz durante o dia. E é nas horas claras em que eu me confesso, em sons e notas, em verso e prosa.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um ótimo poema, infelizmente pouco lido!

O texto a seguir é da magnífica poeta portuguesa Florbela Espanca. Já foi até musicado por Fagner, nos tempos em que ele fazia coisas assim, maravilhosas. Espero que se deliciem com ele assim como eu sempre o fiz, desde que o conheci em minha adolescência.

FUMO - Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos,


Longe de ti não há luar nem rosas,

Longe de ti há noites silenciosas,

Há dias sem calor, beirais sem ninhos!



Meus olhos são dois velhos pobrezinhos

Perdidos pelas noites invernosas...

Abertos, sonham mãos cariciosas,

Tuas mãos doces, plenas de carinhos!



Os dias são Outonos: choram... choram...

Há crisântemos roxos que descoram...

Há murmúrios dolentes de segredos...



Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!

E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,

Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições 2010 – A farsa das pesquisas

Parafraseando Shakespeare, há algo de podre nos Institutos de Pesquisa brasileiros. Mais uma vez o resultado das urnas comprova que as pesquisas eleitorais estavam erradas. Não estaria então mais do que em tempo de se  revisar como é que IBOPE, DATAFOLHA e os demais ainda colhendo seus resultados? Não é possível que eleição após eleição esses números sejam falhos e tudo continue como está. É preciso que, urgentemente, os métodos destas pesquisas sejam não só alterados, para que os resultados divulgados sejam mais coerentes, como é necessário que o eleitor saiba EXATAMENTE como são realizados  este levantamentos, afinal os tais pesquisadores são como cabeça de bacalhau, cabelo de freira e Roberto Carlos de bermuda, existe, mas nunca se viu! Mais transparência, é só que queremos.