Pensar nem sempre é estar doente dos olhos

O maravilhoso heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, diz em um dos poemas que amamos que " pensar é estar doente dos olhos", porque ele quer que seus leitores se ponham a sentir o mundo. Mas, como hoje poucas pessoas fazem qualquer uma das duas coisas ( pensar e sentir), permitimo-nos dizer que sentir é fundamental, mas pensar também. Exercite essas duas capacidades: leia mais, viaje mais, converse mais com gente interessante, gaste seu tempo discutindo ideias e não pessoas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O ciume lançou sua flecha preta....

Tenho visto estes dias nos jornais notícias sobre um assunto que me deixou intrigada: Dilma não quer ouvir elogios demasiados a seu governo. Isso mesmo: NÃO QUER ELOGIOS! É a primeira vez que vejo isso na história desse país ( kkkk). Porém, logo compreendi o que estava acontecendo: o ex-presidente Luis Inácio Aparecidinho Mimado Egocêntrico Lula da Silva ficou de biquinho, magoadinho porque a criatura está fazendo mais sucesso do que o criador, não é curioso? Lula escolheu Dilma como sucessora, pensavam todos, porque confiava na capacidade administrativa dela ( coisa que ele próprio nunca teve), mas vejam só, ele queria mesmo era um sucessor impopular, que não suplantasse seu carisma. Ora faça-me um favor, o Brasil precisa de um(a) presidente competente e não de um galã ou queridinho do povo que seja populista. Até agora, aliás, eu estou pagando minha língua e espero pagar muito mais. Sim, porque todos sabem que não votei na Dilma porque não gosto dos governos do PT de um modo geral ( aqui em Maringá tinha sido péssimo e o de Lula dispensa cometários), entretanto até agora ela tem me surpreendido para o bem e eu quero mais é ter mesmo de pagar a minha língua, porque se isso acontecer é sinal de que o país tomou o rumo certo após 8 anos de viagens, palavrório, metáforas desgastadas sobre futebol e muitos escândalos de corrupção não resolvidos.
O que me espanta, diante do ciuminho de Lula, é pensar que ele pode ter imaginado colocar Dilma na presidência só para poder mandar nela e continuar sendo o cara. Até eu que  não sou do PT percebi, já na época da campanha, que a presidente poderia ter qualquer defeito, mas certamente não seria submissa: o histórico dela já demosntrava que era alguém de opinião forte. É, parafraseando Geraldo Azevedo:  O ciume lançou sua flecha preta e se viu ferido justo na garganta, quem nem alegre, nem triste, nem poeta, nem presidente, entre São Paulo e Brasília não mais encanta!

domingo, 7 de agosto de 2011

A arte de não dizer

Há semanas tento escrever um post que não sai. Palavra presa na garganta, recôndita em algum canto escuro do nada.Tenho pensado muito sobre o não dizer, sobre o calar proposital, vácuo de palavra que permite aos pensamentos se ordenarem. O problema é que o vazio verbal insiste em me perseguir: será que já gastei todas palavras a serem escritas? Será que o léxico que me sobrou é apenas uma junção non sense do nada? Nesse caso eu poderia pegar um jornal e uma tesoura e fazer um poema dadaísta, porém isso é gasto, vanguarda datada presa ao seu tempo. Bem, se não sou Verlaine, Mallarmé, Rosa, Lispector, Pessoa ou Espanca, se minhas palavras inúteis estão surradas - jeans velho esperando o dia da pescaria no fundo do armário - só me resta o consolo nas palavras de Emily Dickinson: "Uma palavra morre/quando é dita/dir-se-ia/ mas eu digo:/ ela apenas vive nesse dia." Tomara que ela tenha razão.