Pensar nem sempre é estar doente dos olhos

O maravilhoso heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, diz em um dos poemas que amamos que " pensar é estar doente dos olhos", porque ele quer que seus leitores se ponham a sentir o mundo. Mas, como hoje poucas pessoas fazem qualquer uma das duas coisas ( pensar e sentir), permitimo-nos dizer que sentir é fundamental, mas pensar também. Exercite essas duas capacidades: leia mais, viaje mais, converse mais com gente interessante, gaste seu tempo discutindo ideias e não pessoas.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Deus nos salve dos Ecochatos e dos falsos moralistas, amém!

Faz meses que não publico qualquer coisa no blog, andava muito ocupada, sem o necessário ócio criativo para refletir sobre as iniquidades do mundo e sobre os discursos furados, que são sempre meus assuntos preferidos. Porém, quem disse que um ócio forçado, devido a uma cirurgia, não pode se tornar criativo: here i am, the sharp tongue rides agains!

Vamos aos fatos: estou entediada de ter de assistir às ridículas manifestações dos ecochatos de plantão, fazendo cartazezinhos toscos para mostrar aos repórteres da Globo durante aVirada Cultural, pedindo o veto da presidente Dilma ao Novo Código Florestal. Meus Deus! Protestar, tudo bem, mas às vezes chego a crer que ignorância e obtusidade são contagiosos! O Brasil tem uma das( senão a) legislações ambientais mais completas e rígidas do MUNDO! TODOS os grandes especialistas no assunto já disseram que o Novo Código, como está, não será um código dos ruralistas. Mesmo assim, os ecochatos, defensores daquilo que APENAS ELES consideram ecologia, não se dão por vencidos.

O curioso é que não vi qualquer um deles por aí preocupadao com o que vai acontecer com as milhares de pessoas que ficarão desempregadas se o Código for vetado e aprovado como eles reivindicam. Vejamos o caso de uma cidadezinha do interior de São Paulo, cujo nome a caduquice me impede de lembrar no momento: o local tem 30 mil habitantes, dos quais 60% dependem exclusivamente do plantio de hortaliças. Porém, se o Código dos ecochatos for aprovado, a maior parte da área plantada terá de desaparecer, isso porque há dois córregos cujas margens precisariam ser protegidas dos vilões da plantação! Ocorre que não há erosões no local, nem poluição das águas, todos ali vivem pacificamente. Mas os politicamente corretos querem provocar  o desmeprego de milhares de trabalhadores para plantar mais algumas arvorezinhas, que meigo! Gente passando fome ou dependendo ad eternum de programas assistenciais pode, falta de arvorezinha não pode. Faça-me o favor! Além do mais é bom lembrar que os donos  das terras continuarão plantando, só que num espaço menor o que ocasionará não só a demissão de funcionários mas também uma alta no preço dos alimentos. Pensando bem, para quê comer? Vamos fazer dieta.

Não bastasse isso, pesquisas sobre as condições de vida dos brasileiros revelaram  semana passada que 37,5% dos brasileiros vivem de programas assistenciais do governo ou da caridade alheia. Querem protestar, então cobrem do governo federal que ele crie um plano B para a questão da fome, sim porque o plano A funcionou, até eu que sou antipetista assumida admito. Muitos brasileiros foram pinçados para longe da linha da miséria, ótimo, é para isso que os governos devem trabalhar. Só que  se não houver uma parte II do plano, que de a esses mesmos brasileiros educação e qualificação, eles passarão  a vida dependendo de assistencialismo e em breve estarão em condição sub-humana de novo. Ademais não é digno e nem viável economicamente passar a vida dependendo de assitencialismo. Portanto, ecoamiguinhos, querem reclamar, reclamem do que realmente faz sentido, até porque os grandes ruralistas, que os ecochatos imaginam atingir ao pedir o veto do Novo Código, não serão afetados simplesmente porque eles já são descumpridores contumazes da lei e estão se  lixando para ela; até porque o Brasil tem um problema crônico de fiscalização das leis e eles sabem muito bem disso: ou faltam fiscais em número adequado para fazê-lo; ou muitos são corruptos ou até os dois combinados.

Enfim, basta de inventar proibições inúteis de sacolinhas plásticas, as quais só serviram para que os mercados cobrem do consumidor por aquilo que antes distribuiam( e ainda ocasionaram a demissão de vários indivíduos que trabalhavam na produção dessas sacolas), já que o consumidor precisa dipensar o lixo e o fará com outro tipo de plástico, ou seja, em nada o meio ambiente será ajudado. Preocupe-mo-nos com o que interessa e realmente faz sentido: cuidar da natureza é preciso, mas exageros jamais levaram a lugar algum e, sim, ecochatos, o ser humano é mais importante do que a natureza, porque um ambiente exuberante e preservadíssimo de nada nos servirá se morrernos de fome e tenho dito!

3 comentários:

  1. Adorei Gi, perfeito... Concordo com vc...
    Beijos.
    Con.

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    1. Descordo. Se existe desemprego, a culpa não é da mata, e sim do governo. E sobre os ecochatos, eu te acho um chata ao tratar o meio ambiente dessa maneira e só pensar na sua espécie, que não destrói por sobrevivência, mas por simples conforto e egoísmo. As soluções estão na sustentabilidade e não na devastação.

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