Pensar nem sempre é estar doente dos olhos
O maravilhoso heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, diz em um dos poemas que amamos que " pensar é estar doente dos olhos", porque ele quer que seus leitores se ponham a sentir o mundo. Mas, como hoje poucas pessoas fazem qualquer uma das duas coisas ( pensar e sentir), permitimo-nos dizer que sentir é fundamental, mas pensar também. Exercite essas duas capacidades: leia mais, viaje mais, converse mais com gente interessante, gaste seu tempo discutindo ideias e não pessoas.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
A arte de viajar
Bem, nos últimos posts basicamente tenho falado sobre viagens, portanto hoje gostaria de sugerir a todos que, como eu, o Fabiano, minha amiga do Rio, Carol, e tantos outros, amam viajar ( aliás eu também conheci a Carol em viagens, que como eu disse antes, nos trazem sempre boas surpresas) que leiam A Arte de Viajar do filósofo Alain de Botton. De Botton é uma pessoa extremamente culta que tomou como missão mostrar que a filosofia está nas coisas do mundo e pode ser aproveitada por qualquer um , sem que para isso se precise ser um erudito. Nem preciso dizer que os acadêmicos o acham uma fraude, mas acho também que com o volume de leituras que fiz em minha vida ( inclusive muitos textos de filósofos) posso defendê-lo dizendo que tudo o que ele faz é sério, não tem nada de autoajuda: o problema dos acadêmicos é chatice mesmo. Pois bem, feitas as defesas, vamos ao livro: Alain de Botton afirma em A Arte de Viajar que "Poucos segundos na vida são mais libertadores do que aqueles em que um avião levanta vôo para o céu", entretanto o autor afirma também que, embora as viagens possam nos trazer felicidade, quem leva a tristeza consigo não encontrará a felicidade apenas porque deixou seu espaço de origem. O livro é dividido por temas e cada capítulo tem um guia, que sempre é um escritor ou pintor. O capítulo 1, sobre a expectativa do viajante, é ótimo para aqueles que programam tudo com detalhes antes de viajar e não abrem espaço para o novo. Para estes, De Botton mostra que nada destrói mais o prazer da viajar do que a expectativa, porque por melhor que seja o destino ele jamais superará as expectativas. O capítulo cujo guia é Van Gogh é sensacional ... Mas não vou vontar mais, leiam, divirtam-se, aproveitem, tenho certeza de que muitos de vocês irão adorar.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Viajar é revigorante e traz muitas coisas boas!
Qualquer um que me conheça um pouquinho sabe que não há coisa de que eu goste mais do que viajar ( A não ser do Fabiano, é claro rsss). O Fá sempre diz que para me fazer feliz não é preciso jóias caras ou grandes presentes, basta uma passagem aérea: ele tem razão rsss. Não me importa se a viagem é para fora ou dentro do Brasil, eu gosto é de ir aos lugares, caminhar, provar novos sabores, atentar para as cores e os cheiros do lugar, entender a cultura pela ótica dos nativos. E, somado a tudo isso, há sempre a boa surpresa de se conhecer pessoas legais e que, muitas vezes, ficam para sempre. Nessa viagem à Itália, por exemplo, conhecemos a Agda e o André duas figuras carinhosíssimas, divertidas e amáveis que eu tenho certeza de que serão nossos amigos para sempre. Também conhecemos os minerinhos Érika e Bruno, que com seu jeitinho nos conquistaram e estarão conosco daqui por diante. É assim que nascem os relacionamentos, espontaneamente, num papo despretensioso e as viagens, minha segunda paixão, também nos proporcianm isso se estivermos abertos.
Na primeira fotos estamos eu, Bruno, Érika, Agda e André. Na segunda o André está batendo a foto para que o Fabiano ( que tirou a outra ) apareça.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
A Itália são 20 países em um só!!!
Desde o primeiro dia de nossa viagem com o guia na Itália ( o que ocorreu após três dias que estávamos em Roma) ele insistiu que a Itália era unificada apenas no papel, mas que as diferentes regiões eram muito distintas entre si. No começo, pensamos: ok, e daí? o Brasil também tem disparidades entre o sul e o nordeste, por exemplo. Porém, na Itália essas diferenças são gritantes, há casos em que sequer uma determinada comida de certa região existe na outra, exemplo: pizza napolitana só se come em Nápoli ( ah, e até as pizzassão diferentes em formato, recheio e espessura da massa,. Não há uma pizza italiana, mas várias, os barsileiros que foram esperando encontrar a tal pizza italiana se deram mal, porque, na verdade, queriam mesmo era pizza brasileira kkkk). Milanesa? praticamente só na região de Milão. Parmegianna... como não fomos a Parma, não encontramos em nenhum lugar e olha que rodamos a Itália de norte a sul!
Enfim, como dizia o guia Samuel: viajar é uam aventura e o bom viajante sabe curtir as diferenças e aprender com elas.
Enfim, como dizia o guia Samuel: viajar é uam aventura e o bom viajante sabe curtir as diferenças e aprender com elas.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Pompéia, o Vesúvio e as chuvas no Rio
Um dos locais que mais me impressionou na Itália foi Pompéia, cidade da região da Campanha ( próxima a Nápoles) e que foi devastada pelas cinzas do Vulcão Vesúvio em 24/08 do ano 79 d.C. A visão daquele sítio arqueológico que ironicamente ficou tão preservado por ter sido soterrado é muito impactante: pode-se ver claramente como a cidade era organizada e, aliás, muito mais do que muitas cidades modernas. Quando chegamos a Pompéia chovia forte e a primeira parte da visita foi cumprida mesmo embaixo de chuva, no frio. O curioso é que o guia ( historiador local e pesquisador autorizado deste sítio arquelógico) nos explicava como era a organização da cidade: água encanada, estrutura das ruas com calçadas, sistema de escoamento da água, sistema de esgoto, lojas comerciais com toldos, para que os clientes não se molhassem à chuva ou se aborrecessem com o sol, enfim uma organização fantástica. Porém, o mais curioso foi que tão logo a chuva torrencial parou, cerca de dez minutos depois, as ruas ( que antes estavam cheias de água) estavam completamente drenadas, coisa que jamais se vê no Brasil atual: qualquer chuva em Sampa alaga tudo e no Rio... bem do Rio vou falar adiante.
Pois bem, mas com todo esse avanço ainda assim os pompeianos foram devastados pelo Vesúvio e é aí que entra minha comparação: de acordo com o historiador Plínio, o jovem, que foi testemunha ocular da tragédia, cerca de duas mil pessoas foram mortas na explosão do vulcão, muitas dela tentando fugir ( modo como foram encontradas, a partir das escavações de 1748, petrificadas); entretanto, é preciso compreender que muitos dos habitantes locais sequer fugiram porque acharam que se protegeriam em suas casas. Em Pompéia isso se justifica, afinal fazia 1500 anos que o Vesúvio não entrava em erupção e ninguém ali sabia que aquela montanha era um vulcão, essa palavra sequer existe no Latim antigo, ou seja, é impossível proteger-se daquilo que não se conhece. As fotos a seguir retratam o horror:
Mas então, por que tragédias como a da região serrana do Rio ocorrem, se TODOS sabem que as chuvas só pioram ao longo dos anos e que regiões de encostas são locais perigosos? Por FALTA DE PLANEJAMENTO E VONTADE POLÍTICA. É tão difícil assim organizar treinamentos para a população ao longo do ano, ensinando-a como proceder em situações como essa? Meu Deus! na guerra já se usava sirene para avisar que haveria bombardeio e, desse modo, a população deveria agir imediatmente da forma como fora instruída, pois então que se coloque as sirenes, que se faça o treinamento, que se escolham locais seguros para onde os moradores de áreas de risco pudessem se dirigir em situações de perigo. E, por fim, que se redesenhe urgentemente o espaço urbano, assentando os moradores pobres em locais dignos( com condições de moradia, saúde, transporte e trabalho) e que se proíba, de uma vez por todas, que os ricos excêntricos construam suas mansões em encostas igualmente irregulares, afinal tragédias não escolhem classe social: que o digam os mortos do Rio e os de Pompéia, já que muitos dos corpos petrificados nessa cidade traziam consigo imensas riquezas e foram junto a elas eternizados.
Pois bem, mas com todo esse avanço ainda assim os pompeianos foram devastados pelo Vesúvio e é aí que entra minha comparação: de acordo com o historiador Plínio, o jovem, que foi testemunha ocular da tragédia, cerca de duas mil pessoas foram mortas na explosão do vulcão, muitas dela tentando fugir ( modo como foram encontradas, a partir das escavações de 1748, petrificadas); entretanto, é preciso compreender que muitos dos habitantes locais sequer fugiram porque acharam que se protegeriam em suas casas. Em Pompéia isso se justifica, afinal fazia 1500 anos que o Vesúvio não entrava em erupção e ninguém ali sabia que aquela montanha era um vulcão, essa palavra sequer existe no Latim antigo, ou seja, é impossível proteger-se daquilo que não se conhece. As fotos a seguir retratam o horror:
Mas então, por que tragédias como a da região serrana do Rio ocorrem, se TODOS sabem que as chuvas só pioram ao longo dos anos e que regiões de encostas são locais perigosos? Por FALTA DE PLANEJAMENTO E VONTADE POLÍTICA. É tão difícil assim organizar treinamentos para a população ao longo do ano, ensinando-a como proceder em situações como essa? Meu Deus! na guerra já se usava sirene para avisar que haveria bombardeio e, desse modo, a população deveria agir imediatmente da forma como fora instruída, pois então que se coloque as sirenes, que se faça o treinamento, que se escolham locais seguros para onde os moradores de áreas de risco pudessem se dirigir em situações de perigo. E, por fim, que se redesenhe urgentemente o espaço urbano, assentando os moradores pobres em locais dignos( com condições de moradia, saúde, transporte e trabalho) e que se proíba, de uma vez por todas, que os ricos excêntricos construam suas mansões em encostas igualmente irregulares, afinal tragédias não escolhem classe social: que o digam os mortos do Rio e os de Pompéia, já que muitos dos corpos petrificados nessa cidade traziam consigo imensas riquezas e foram junto a elas eternizados.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Chegamosss!!!!! E com muitas novidades!
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