Pensar nem sempre é estar doente dos olhos

O maravilhoso heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, diz em um dos poemas que amamos que " pensar é estar doente dos olhos", porque ele quer que seus leitores se ponham a sentir o mundo. Mas, como hoje poucas pessoas fazem qualquer uma das duas coisas ( pensar e sentir), permitimo-nos dizer que sentir é fundamental, mas pensar também. Exercite essas duas capacidades: leia mais, viaje mais, converse mais com gente interessante, gaste seu tempo discutindo ideias e não pessoas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

E o Mundo não se acabou


Pela milionésima vez, os " sem ter o que fazer" de plantão sairam por aí dizendo que o mundo ia acabar sábado passado. De fato, com o perdão do comentário mórbido, para todos os que figuraram nos obituários o mundo se acabou mesmo, pelo menos este! Entretanto, o resto de nós, felizmente, ainda está aqui. Bem, essa bobagem toda me recordou de um ótimo samba de Assis Valente, afinal no tempo dele (1911-1958) já se faziam prenúncios dessa natureza. Assis era um sujeito melancólico, tentou duas vezes o suicídio, antes de finalmente conseguir se matar tomando formicida. O motivo alegado foram as imensas dívidas que possuía, mas certamente essa não foi a única razão. Desgraças à parte, Assis Valente é um importante ícone da música brasileira e escreveu o samba ótimo cuja letra eu coloco a seguir, junto com o video da música na interpretação de Carmem Miranda. Gostaria de ter posto a interpretação do Ney Matogrosso, mas não encontrei o vídeo, se puderem, ouçam!




Anunciaram e garantiram

Que o mundo ia se acabar

Por causa disso

Minha gente lá de casa

Começou a rezar...

E até disseram que o sol

Ia nascer antes da madrugada

Por causa disso nessa noite

Lá no morro

Não se fez batucada...

Acreditei nessa conversa mole

Pensei que o mundo ia se acabar

E fui tratando de me despedir

E sem demora fui tratando

De aproveitar...

Beijei a bôca

De quem não devia

Peguei na mão

De quem não conhecia

Dancei um samba

Em traje de maiô

E o tal do mundo

Não se acabou...

Anunciaram e garantiram

Que o mundo ia se acabar

Por causa disso

Minha gente lá de casa

Começou a rezar...

E até disseram que o sol

Ia nascer antes da madrugada

Por causa disso nessa noite

Lá no morro

Não se fez batucada...

Chamei um gajo

Com quem não me dava

E perdoei a sua ingratidão

E festejando o acontecimento

Gastei com ele

Mais de quinhentão...

Agora eu soube

Que o gajo anda

Dizendo coisa

Que não se passou

E, vai ter barulho

E vai ter confusão

Porque o mundo não se acabou...

Um comentário:

  1. Pois é, fora essa de sábado retrasado, já tem outra pro fim do ano né? heusheuhsuhuehsuheshu
    O povo não cansa Gio...
    Anos e anos dessas previsões que nunca acontecem..
    Ainda bem!
    Beijos

    Isa Peripolli

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