Pensar nem sempre é estar doente dos olhos

O maravilhoso heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, diz em um dos poemas que amamos que " pensar é estar doente dos olhos", porque ele quer que seus leitores se ponham a sentir o mundo. Mas, como hoje poucas pessoas fazem qualquer uma das duas coisas ( pensar e sentir), permitimo-nos dizer que sentir é fundamental, mas pensar também. Exercite essas duas capacidades: leia mais, viaje mais, converse mais com gente interessante, gaste seu tempo discutindo ideias e não pessoas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um ótimo poema, infelizmente pouco lido!

O texto a seguir é da magnífica poeta portuguesa Florbela Espanca. Já foi até musicado por Fagner, nos tempos em que ele fazia coisas assim, maravilhosas. Espero que se deliciem com ele assim como eu sempre o fiz, desde que o conheci em minha adolescência.

FUMO - Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos,


Longe de ti não há luar nem rosas,

Longe de ti há noites silenciosas,

Há dias sem calor, beirais sem ninhos!



Meus olhos são dois velhos pobrezinhos

Perdidos pelas noites invernosas...

Abertos, sonham mãos cariciosas,

Tuas mãos doces, plenas de carinhos!



Os dias são Outonos: choram... choram...

Há crisântemos roxos que descoram...

Há murmúrios dolentes de segredos...



Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!

E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,

Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

2 comentários:

  1. Mto lindo mesmo Prof.!!
    Poste mais dessas relíquias que poucos conhecem!!;D
    bjoo

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  2. Conheci os poemas da Floberla Espanca quando prestei vestibular e a partir de então amoooo a obra dela. É intensa! Ela consegue transparentemente expressar seus sentimentos. Gosto disso! Poste mais sobre ela e a obra dela, com certeza vale a pena!

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